1 de outubro de 2008

As Pastorinhas


As Pastorinhas



No final de 1934 Braguinha propôs a Noel numa mesa do Café Papagaio : "Noel, vamos fazer uma música com aquele ritmo das pastorinhas que desfilam em Vila Izabel na noite de Santos Reis ?" Proposta aceita, pediram lápis, papel e cafezinho e em pouco mais de meia hora compuseram "Linda Pequena" com participação de ambos tanto na letra como na melodia. Não obteve muito sucesso inicialmente, mas Braguinha fez pequenas alterações na letra e no título, mudando "moreninhas" por "pastorinhas" e "pequena" por "pastora" e o verso "pequena que tens a cor morena" por "morena da cor de Madalena" mudando o título para "Pastorinhas", foi gravada no final de 1937 por Silvio Caldas, tendo alcançado grande sucesso, inclusive como forte candidata ao título de melhor marcha para o carnaval de 1938. Fato curioso foi o resultado inicial desse concurso promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro: a vencedora inicialmente foi "Touradas em Madrid" do Braguinha e Alberto Ribeiro, com "Pastorinhas" em segundo lugar; mas houve protestos com a alegação de "Touradas em Madrid" ser "paso doble" e não "marchinha"; após muita discussão a vencedora foi "Pastorinha" do mesmo Braguinha e Noel. É até hoje grande sucesso de carnaval e de público.
Dárcio Fragoso



A Estrela Dalva..
No céu desponta...
E a Lua anda tonta...
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da Lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor

Linda pastora
Morena
Da cor de Madalena
Tu não tens pena
de mim que vivo tonto com o teu olhar
Linda criança tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
de sempre sempre te amar

Música: As Pastorinhas
Autoria: Noel Rosa e João de Barro (Braguinha)
Interpretada por: Silvio Caldas

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Apanhei-te, Cavaquinho!


Apanhei-te, Cavaquinho!
Versão 2.
(Ernesto Nazareth/
Darci de Oliveira/Benedito Lacerda)


Composta inicialmente como polca, foi a melodia mais executada e gravada de Ernesto Nazareth, perdendo apenas para "Odeon"; em 1930 foi gravada em disco pelo autor, como "choro", passando a ter grande valor musical e documental, servindo de referência para estudos e interpretações dos "chorões"; após a morte de sua filha e sua mulher, Nazareth caiu em profunda crise nervosa, tendo sido internado em 1933 e falecido em 1934; "Apanhei-te cavaquinho" recebeu várias letras, sendo a mais famosa a de Darci de Oliveira com participação de Benedito Lacerda, tendo sido gravada em 1943 por Ademilde Fonseca, constituindo-se no primeiro sucesso dessa grande cantora que especializou-se em "choros".
Dárcio Fragoso



Apanhei-te, Cavaquinho! - Versão 2.
(Ernesto Nazareth/
Darci de Oliveira/Benedito Lacerda)

Inda me lembro
Do meu tempo de criança
Quando entrava uma dança
Toda cheia de esperança,
De chinelinha e de trança
Com Mané José da França.
Nunca tive na lembrança
De rever este chorinho
E hoje ouvindo
Neste choro a voz do pinho,
Relembrando o bom tempinho
Da mamãe e do maninho,
Hoje sou ave sem ninho
Sem família, sem carinho,
Mas sou bem feliz ouvindo
O "Apanhei-te, Cavaquinho".
Hoje cantando
O "Apanhei-te, Cavaquinho"
Fico louca, fico quente,
Fico como passarinho.
Sinto vontade
De cantar a vida inteira
E esta vida
Eu levo de qualquer maneira,
Ouvindo a flauta,
O cavaquinho, o violão,
Eu sinto que o meu coração
Tem a cadência de um pandeiro,
Esqueço tudo
E vou cantando o ano inteiro
Este chorinho
Que é muito brasileiro.
Música: Apanhei-te Cavaquinho
Autoria: Ernesto Nazareth
Darci de Oliveira/Benedito Lacerda

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Alguém como tu


Alguém como tu
(1952)

Composição: José Maria de Abreu e Jair Amorim

Interpretação: Dick Farney

Música lançada em 1952 por Dircinha Batista, teve posteriormente inúmeras outras gravações.
O compositor e instrumentista José Maria de Abreu nasceu em 7/2/1911 em Jacareí SP. Filho de maestro, desde cedo interessou-se por música tendo feito aos 11 anos sua primeira composição: "Hino do grupo escolar". Autor de mais de 200 músicas, as mais famosas foram:"Amar", "Alguém como tu", "Boa noite amor" e "Solidão" estas duas com Francisco Matoso, "Na Bahia" com Noel Rosa e muitas outras. O letrista Jair Amorim, um dos mais férteis da MPB, nasceu em Santa Leopoldina ES, em 18/7/1915 . Foi o parceiro mais constante de Evaldo Gouveia com quem compôs: "Alguém me disse", "Ave Maria dos namorados", "Bloco da solidão", "Brigas", "Onde estarás", "Que queres tu de mim", "Sentimental demais", "Tudo de mim".
O cantor e pianista Dick Farney, nome artístico de Farnésio Dutra e Silva, nasceu em 14/11/1921 no Rio de Janeiro. Era irmão do artista de cinema Cyl Farney. Sua estréia deu-se em 1937 no programa Hora Juvenil, na Rádio Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro interpretando músicas americanas. Foi levado por César Ladeira, então já famoso radialista, à Rádio Mayrink Veiga, onde passou a apresentar o programa "Dick Farney, sua Voz e seu Piano". Teve muito sucesso já nos anos 40 fazendo inúmeras apresentações em boates, cassinos e principalmente no Copacabana Palece, o local mais famoso da época para os artistas se apresentarem. Neste hotel foi visto pelo famoso pianista americano Eddie Duchin que impressionado com sua voz e seu desempenho no piano convidou-o a se apresentar nos Estados Unidos, onde chegou a fazer shows com Nat King Cole, Bill Evans e David Brubeck. No Brasil seus maiores sucessos foram "Marina" de Dorival Caymmi, "Copacabana" de João de Barro e Alberto Ribeiro, "Barqueiro do São Francisco" de Alcyr Pires Vermelho e Alberto Ribeiro, "Teresa da praia" de Tom Jobim e Billy Blanco, "Este seu olhar" de Tom Jobim, "Alguém como tu" de José Maria de Abreu e Jair Amorim e muitas outras. Foi um cantor de extremo bom gosto, afinadíssimo e muito respeitado por seu público e pela crítica. Faleceu em 4/8/1987.

Dárcio Fragoso




Alguém como tu
(1952)

Composição: José Maria de Abreu e Jair Amorim

Interpretação: Dick Farney





Alguém como tu
Assim como tu
Eu preciso encontrar
Alguém sempre meu
De olhar como o teu
Que me faça sonhar.

Amores, eu sei
Na vida eu achei e perdi
Mas nunca ninguém desejei
Como desejo a ti.

Se tudo acabou
Se o amor já passou
Há de um sonho ficar
Sozinho estarei
E alguém eu irei procurar.

Eu sei que outro amor posso ter
E um novo romance viver
Mas sei que também
Assim como tu
Mais ninguém.


Se tudo acabou
Se o amor já passou
Há de um sonho ficar
Sozinho estarei
E alguém eu irei procurar.

Eu sei que outro amor posso ter
E um novo romance viver
Mas sei que também
Assim como tu
Mais ninguém.
Assim como tu
Mais ninguém.














Música: Alguém como tu
Autoria: José Maria de Abreu e Jair Amorim

Interpretação: Dick Farney

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Imagens adquiridas em E-Groups de Trocas
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Ai Que saudades da Amélia


Ai Que saudades da Amélia

- 1941 -

Samba

Letra de Mário Lago
Música de Ataulfo Alves






Mário Lago um dos mais cultos compositores da MPB, além de radialista, artista de teatro e TV, carioca, nascido em 26/11/1911, ativista político, escreveu a letra, um verdadeiro poema popular onde um protagonista confronta sua atual mulher com sua ex, mulher que ele havia perdido; a atual, a quem o tal protagonista se dirige, é exigente, egoísta, "Só pensa em luxo e riqueza" enquanto a anterior é um exemplo de virtude e resignação - "Amélia não tinha a menor vaidade, (....) achava bonito não ter o que comer...". A atual é a realidade incontestável, amarga; a ex é o passado, uma saudade idealizada na figura da mulher perfeita, segundo os padrões dos anos 40.
Este maravilhoso poema popular recebeu de Ataulfo Alves uma de suas melhores melodias, expressando musicalmente o espírito da letra; segundo Mário Lago, "Amélia nasceu de uma brincadeira de Almeidinha, irmão de Araci de Almeida, que sempre que se falava em mulher costumava brincar - 'Qual nada, Amélia é que era mulher de verdade. Lavava, passava, cozinhava....'". Então, Mario Lago
achou original aquela frase e que daria samba; na realidade Amélia era uma lavadeira que servia à família de Almeidinha, mulher lutadora, que sustentava nove filhos....
Com a letra pronta Mário pediu a Ataulfo que a musicasse; Ataulfo fez a tarefa mas mudou algumas palavras para dar "mais certo com a música" e aumentou de doze para quatorze versos, fato que desagradou Mario, mas que acabou concordando.
Foi gravada pelo próprio Ataulfo pois nenhum dos grandes cantores da época aceitou gravá-la...
Acompanhado por um improvisado conjunto, batizado de Academia do Samba, onde Jacó do Bandolim participou da gravação fazendo a introdução. Foi tão grande o sucesso de público que seus autores resolveram inscrevê-la para o concurso de carnaval de 1942, que seria no estádio do Fluminense Foot-Ball Club, com o julgamento por meio de aplausos do público....
O outro grande sucesso e concorrente direto era "Praça Onze" de Herivelto Martins e Grande Otelo; mas como foi impossível saber qual das duas fora mais aplaudida a solução foi dar o premio de primeiro lugar às duas, fato que agradou toda a platéia....
O nome amélia passou a ser verbete de Dicionário, sendo citado nos dicionários Hoaiss e Aurélio, como sinônimo de "mulher amorosa, passiva e serviçal".
Dárcio Fragoso




Ai Que Saudades da Amélia

Samba (1941)

Música de Ataulfo Alves
Letra de Mário Lago


Eu nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz

Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo que você vê você quer
Ai meu Deus que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher

Às vezes passava fome a meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado
Dizia, meu filho, o que se há de fazer?

Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia que era a mulher de verdade
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia que era a mulher de verdade






Música: Ai que Saudades da Amélia
Autoria: Ataulfo Alves
Letra: Mário Lago
Interpretação : Demônios da Garoa



Imagem: Nina
História e Pesquisas por Dárcio Fragoso
Formatação por Nina
Projeto e Edição Final por Marilene Laurelli Cypriano

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COMO EXPLICAR O AMOR


COMO EXPLICAR O AMOR

Marcial Salaverry

Como explicar um sentimento
que é quase um lamento...
Apenas tangível
por um coração sensível...
Como explicar sua existência,
se não tem aparência...
Nasce no mais fundo interior...
surge...não se sabe como...
é o AMOR.

Como dizer o que é, se só existe no sentir...
nunca se sabe quando vai surgir.
Como definir o que é apenas etéreo...
sentimento cheio de mistério...
Nunca se sabe quando nem a quem vai se amar...

Basta um toque...um beijo...um olhar...
por vezes apenas algumas palavras sussurradas ou mesmo apenas escritas...
deixam as estruturas abaladas...
prontas para alegrias ou desditas...
Ama-se estando ao lado, abraçado...
ou mesmo estando distante...
afastado.

Ama-se no beijo dado, colado,
ou mesmo no beijo sugerido, enviado......
felizes estando juntos...e também afastados...
existindo o amor...
sente-se do amado o calor...
Descobri como definir o amor...
O AMOR É O AMOR...
sempre o amor, seja ele como for...




Formatação: Clara da Costa
Pipa/RN
18.08.07

O operário em construção


O operário em construção



Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
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O falso mendigo


O falso mendigo

Minha mãe, manda comprar um quilo de papel almaço na venda
Quero fazer uma poesia.
Diz a Amélia para preparar um refresco bem gelado
E me trazer muito devagarinho.
Não corram, não falem, fechem todas as portas a chave
Quero fazer uma poesia.
Se me telefonarem, só estou para Maria
Se for o Ministro, só recebo amanhã
Se for um trote, me chama depressa
Tenho um tédio enorme da vida.
Diz a Amélia para procurar a "Patética" no rádio
Se houver um grande desastre vem logo contar
Se o aneurisma de dona Ângela arrebentar, me avisa
Tenho um tédio enorme da vida.
Liga para vovó Neném, pede a ela uma idéia bem inocente
Quero fazer uma grande poesia.
Quando meu pai chegar tragam-me logo os jornais da tarde
Se eu dormir, pelo amor de Deus, me acordem
Não quero perder nada na vida.
Fizeram bicos de rouxinol para o meu jantar?
Puseram no lugar meu cachimbo e meus poetas?
Tenho um tédio enorme da vida.
Minha mãe estou com vontade de chorar
Estou com taquicardia, me dá um remédio
Não, antes me deixa morrer, quero morrer, a vida
Já não me diz mais nada
Tenho horror da vida, quero fazer a maior poesia do mundo
Quero morrer imediatamente.
Fala com o Presidente para fecharem todos os cinemas
Não agüento mais ser censor.
Ah, pensa uma coisa, minha mãe, para distrair teu filho
Teu falso, teu miserável, teu sórdido filho
Que estala em força, sacrifício, violência, devotamento
Que podia britar pedra alegremente
Ser negociante cantando
Fazer advocacia com o sorriso exato
Se com isso não perdesse o que por fatalidade de amor
Sabe ser o melhor, o mais doce e o mais eterno da tua puríssima carícia.


Rio de Janeiro, 1938
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