19 de abril de 2008

AMANHECIMENTO


Amanhecimento

De tanta noite que dormi contigo
no sono acordado dos amores
de tudo que desembocamos em amanhecimento
a aurora acabou por virar processo.
Mesmo agora
quando nossos poentes se acumulam
quando nossos destinos se torturam
no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
Para um dia partirem em revoada.
Ainda que nos anoiteça
tem manhã nessa invernada
Violões, canções, invenções de alvorada...
Ninguém repara,
nossa noite está acostumada.

Elisa Lucinda

EU QUERO SER


Eu Quero... Ser...

LUAR....
Para brilhar na noite dos amores incompreendidos

SILÊNCIO...
Para fazer calar as vozes que atordoam o coração

AMANHECER...
Para fazer um dia a mais de felicidade

LUZ...
Para os que vivem na escuridão

NOITE...
Para acalentar os que lutam durante o dia

VIDA...
Para fazer nascer os que estão morrendo

LÁGRIMA...
Para fazer chorar os corações insensíveis

SORRISO...
Para encantar os lábios dos amargurados

AMOR...
Para unir as pessoas...

Não é a casa que faz alguém feliz, um coração infeliz não se sente melhor em nenhuma casa, mas um coração em paz torna qualquer casa feliz...

desconhecido

SE AMANHÃ



SE AMANHÃ

Se amanhã o sol não voltasse a brilhar
e as praias não pudesse mais se banhar
A noite talvez não chegasse à tardezinha
E assim meu dia terminaria

Talvez o brilho daquela lua
Eu não pudesse mais enxergar
Não adianta mais para o céu
Porque as estrelas não vão mais brilhar

Sem sol e nem lua
A vida perdeu o sentido
O homem virou velho
Por sempre ter mentido

A cidade escureceu
E para as crianças tanto faz
Mas os jovens não aceitam o que estão vendo
Estar num mundo que não se tem mais paz.

Tivemos tudo que era perfeito
Mas o homem terminou com o mundo mais cedo
E assim a minha vida começou a terminar
Não tinha mais paz, amor ou respeito

E comecei a cultivar as sementes novamente
Aprendendo que amar é o sentimento verdadeiro
O homem esqueceu de tudo isso
Por causa de algo chamado dinheiro

Quem sabe amanhã o sol nasça novamente
Com o brilho forte de um astro rei
Talvez amanhã eu acorde
Do lado de quem eu quero bem

Oswaldo Grimaldi

CHUVA


Chuva

Chuva que cai em tarde ensolarada
Noite que desce estrelada
Poesias que não rimam com nada
E carinho pela pessoa amada.

Leio o que eu não posso ver
Sinto o que eu não posso ter
Tenho fé onde eu não posso querer
Amo por apenas crer.

Tenho emoção exaltada
Ás vezes não penso em nada
Não consigo nem entender
Essa imensa estrada.

O mundo ainda irá existir
Enquanto dessa terra eu não partir
Pois meu coração pulsa e arde
Pela mulher que da minha vida faz parte.

E o badalar do sino
Me lembra de quando eu era menino
Que para ser feliz
Basta ter amor e carinho.

Oswaldo Grimaldi

DE NOITE



De noite em meu quarto,
Desligo as luzes e vou deitar
Mas antes de dormir paro pra refletir;
Como foi meu dia,
Em que eu errei,
O que eu repetirei amanhã,
O que eu jamais farei...
Quando bate a tristeza
Fecho os olhos e tento chorar,
Mas as lágrimas não caem,
Talvez porque eu não seja corajosa o suficiente;
E fui capaz de certas coisas que eu NÃO queria fazer,
Então não tinha razão pra eu me entristecer...
Fico pensando se tem algo que justifique minha vida,

Eu vou contando as horas,
Ouvindo passos,
Quase entro em desespero,
E acabo adormecendo;
Mas lembro que nisso tudo algo faz sentido
Se isso realmente aconteceu comigo,
Algo terei de extrair disso,
Nunca mais repetirei este erro,
Se me faz tanto sofrer
Quem sabe alguma noite
Eu perco o sono e choro;
Compensarei-me na outra noite
Quando parar pra refletir,
E tranqüila dormir,
E no outro dia
Tudo repetir.
Luíse Cabral 13 anos.

PEDIDO DE UM MENINO POBRE


PEDIDO DE UM MENINO POBRE

MEU PAIZINHO LA DO CÉU
TO AJOELHADO, SEM CHAPÉU
NESTA NOITE DE NATAL
E DAQUI DO MEU RANCHINHO
VÔ LHE FALA BEM BAIXINHO
PRA NINGUEM NÃO ME ESCUTAR

EU SEI QUE PAPAI NOÉL
NÃO ESQUECE OS QUE TÊM FÉ
E OS QUE NÃO SÃO PECADOR
MAIS NÃO SEI QUAL A RAZÃO
PAPAI NOÉL QUE É TÃO BÃO


DE MIM NUNCA SE LEMBROU

MEU COLEGUINHA DO LADO
NESTE NATAL PASSADO
GANHO BASTANTE PRESENTE
UMA BOLA UM TRENZINHO
UM PIÃO BEM BONITINHO
ELE SORRIU DE CONTENTE

EU TAMBÉM FIQUEI CONTENTE
COM TODO AQUELE PRESENTE
QUE O MENINO RECEBEU
PORQUE ELE FOI BÃOZINHO
VIU QUE EU ERA POBREZINHO
UM BRINQUEDO ELE ME DEU

APESAR DO ESQUECIMENTO
NÃO GUARDO RESSENTIMENTO
PAPAI NOÉL EU ADORO
PRA MIM ELE É INOCENTE
E SE NÃO ME DEU PRESENTE
TALVEZ NÃO SAIBA ONDE EU MORO

POR ISSO ESTOU AQUI
AJOELHADO PRA PEDI
PRA QUE SEMPRE ME AJUDA
PRA QUE EU SEJA UM HOMEM FORTE
ATÉ NA HORA DA MORTE
NUNCA ME FALTE SAÚDE

E SE EU FOR MERECEDOR
LHE, PEÇO UM GRANDE FAVOR
SÉ O SENHOR ME AJUDA
PEÇO-LHE DE CORAÇÃO
UM LIVRO DE RELIGIÃO
PRA TODA NOITE EU ESTUDA

SE EU RECEBER O LIVRINHO
LEIO-O COM CARINHO
NESTE RANCHO SOLITARIO
EU JURO EM TEU NOME SAGRADO
QUANDO EU FOR HOMEM FORMADO
HEI DE SER UM MISSIONARIO

QUERO ANDAR PRA CIDADE
PRATICANTO A CARIDADE
DE TODO MEU CORAÇÃO
QUERO ABRAÇAR AS COITADINHAS
INOCENTES CRIANÇINHAS
ESQUECIDO NO SERTÃO

POR ESTE BRASIL GIGANTE
QUERO SER UM CAMINHANTE
DE CIDADE EM CIDADE
ENSINANDO MULHER E HOMEM
RELEMBRO SEU SANTO NOME
COM TODA SINCERIDADE

QUANDO TUDO TERMINAR
E MEU CORPO REPOUSAR
POR DEBAIXO DE UMA CRUZ
SO QUERO O MAIOR PRESENTE
COM MINHA ALMA EM TUA FRENTE
MEU QUERIDO E BOM JESUS.
Possenti

PASSO A NOITE SEM COMPANHIA




Passo a noite sem companhia,
sem afagos,
sem ninguém.
Ainda não entendo por que estas noites;
sinuosas e misteriosas,
insistem em ser tão vazias,
frias e sombrias.
Olho para os lados.
Um vácuo, um vago;
no meio das luzes apagadas
que me rodeiam.
De repente, sinto vultos,
espíritos, passando sobre mim.
Ouço vozes.
Quem sabe essas idéias não me perseguem?
Poderia ser psicológico,
ou até mesmo,
realidades que tento escondê-las,
mascará-las,
em minha cabeça leviana.
A noite,
cada momento passa rastado,
demorado.
Sensações e prazeres me satisfazem
n'um segundo repentino.
Um sorriso falso,
forçado,
é, automaticamente;
estampado em minha face.
Queria poder sorrir de verdade.
Sorrir com o Coração.
Sorrir com a Alma.
Mas algo mais forte dentro de mim,
consegue dominar-me,
não deixando com que esse sorriso
flore naturalmente em meus lábios.
Encontro-me durante a Noite,
na Madrugada;
como um morcego voando na escuridão
rumo ao infinito.
Entre tristezas,
choros,
e lágrimas,
me entrego as dores
que me consolam.
Me desespero quando penso na Vida
maldita que me espera lá fora.
A Solidão me acompanha mais uma vez.
Sinto medo.
Estou sozinha,
escondida num canto escuro
de meu quarto.

Laura Machado Porto 19-04-05